19 de setembro de 2012

Primeiro crediário

em Lages, Santa Catarina ...

Na década de cinquenta, não tínhamos muitas opções de diversão em nossa cidade. Eram as festinha particulares de aniversários, alguns poucos bailes, e a chegada em alguns bares para tomarem seus aperitivos, cervejas, sambas, cubas e outros bichos.

Em fim, a diversão para a garotada era muito pouca.

Mas, existia no bairro Cemitério, em nossa cidade de Lages, um estabelecimento de diversões chamado carinhosamente da “Casa da Mãezinha“. Dirigida pela proprietária Orgélia Oliveira. Alí residiam e trabalhavam as “mocinhas alegres da noite“.

O escape era uma chegada na “Casa da Mãezinha“ para divertirem-se com as alegres e lindas meninas da noite. Eram muito selecionadas, e isto a “Mãezinha“ primava muito.

Seus frequentadores nem sempre estavam preparados monetariamente e alguns recorriam a um pedido de fiado.
       
Naquela época a empresa “Carlos Hoepcke“, que situava-se aonde hoje é a agência do Bradesco, distribuía a seus cliente uma agenda  muito bonita, tipo de um caderno. Pois, bem, a “Mãezinha“ recebeu de brinde uma e passou a usá-la. 

Os lançamentos os fiados eram na base do lápis, não existia a caneta esferográfica. 

Já poderíamos considerar aí o “Primeiro Crediário Fiel“ que se tem notícia em nossa terra.

Os fiados eram lançados a lápis na caderneta com o nome do devedor e o prazo que o mesmo tinha para quitar a despesa . Era dado um prazo rigoroso, e quase improrrogável.

Nos finais de semana os respectivos devedores retornavam para quitar a prestação.

Alguns perguntam, e se não pagassem, o que aconteceria?

O deslocamento do pessoal da casa da “Mãezinha“ era feito por “carro de praça“ (atual táxi). 

Lá vinha ela e estacionava de fronte a casa do devedor para fazer a cobrança, junto aos pais ou parentes.

O susto que tinham com o movimento do carro de praça pelas ruas da cidade era muito grande. Alguns se jogavam no Rio Carahá com roupa e tudo.
   
Após a cobrança, a “Mãezinha“ passavam a borracha e dava espaço para outros futuro clientes.

Há pouco tempo atrás localizou-se um neto. Sempre muito gentil e ciente dos fatos. Da caderneta não teve mais noticias. 

Quem sabe algum devedor costumas ateou fogo, destruindo a história ...